Pr. Fernando Fernandes
Lá embaixo, no final do rio, nossos planos terão destino certo, preparado pelo Senhor...
Não podendo, porém, escondê-lo por mais tempo, tomou um cesto de junco, calafetou-o com betume e piche e, pondo nele o menino, largou-o no carriçal à beira do rio. (Êxodo 2.3.)
Seus sonhos para este ano estão dentro da vontade de Deus? Perguntinha difícil essa, não? Em minha mente isso tem ecoado tão intensamente, que algumas vezes penso em estagnar e esperar Deus agir. Mas Deus não quer que fiquemos parados. Ele espera de nós uma pequena, porém, desafiadora atitude.
Você conhece a narrativa de Êxodo 2, quando a mãe do bebê nomeado Moisés pega o seu filho e, acomodando-o bem dentro de um cestinho, larga o cesto no rio? Conhecemos bem a história e, frequentemente, analisamos a ousadia das parteiras, Êx 1, o temor a Deus, a coragem daquela mãe e a expectativa da irmã, Mirian, que acompanhou o cestinho até seu destino final. Mas raramente pensamos no sentimento daquela mãe no momento em que chegou à margem do rio.
Um bebê de três meses é lindo! Independente da carga genética dos pais, toda criança nesta fase é admirada e desperta em nós sentimentos de afeto e de amor. Mas junto com toda sua meiguice, a criança começa a se expressar de várias formas, o que não podemos impedir. Aquela mãe não podia mais esconder a criança, pois seu choro e demais expressões ficavam cada vez mais evidentes a cada dia. Era preciso que ela se desfizesse do seu bebê. Ela precisava abrir mão do que tanto amava para que os planos de Deus se realizassem.
Penso naquela mãe ajoelhada diante do rio Nilo com seu filho dentro do cesto. Um rostinho expressando tanta tranquilidade, sem saber o que estava acontecendo, seria após longos anos, um dos maiores líderes do povo de Deus em toda a história. E aquela mãe, ainda segurando com força o cesto, com medo de se desfazer dele, começa a chorar e se colocar diante de Deus. Creio que naquele momento ela conversava com o Senhor e dizia: “Deus, eu fiz tudo o que podia, mas não consigo mais escondê-lo. Eu o amo tanto...”.
A dor no coração daquela mãe é evidente. Mas com toda a ousadia e confiança em Deus ela olha para o seu filho mais uma vez e diz a Deus: “Senhor, aqui terminam as minhas ações. Eu largo o cesto para que o Senhor cumpra o seu plano”.
E você, já experimentou largar o cesto? Muitas vezes estamos tão agarrados com nossos sonhos e projetos que Deus não pode continuar sua obra em nossas vidas! Acreditamos que nossos “bebês” ficarão quietos para sempre e que teremos o controle da situação, e não nos damos conta de que largar o cesto é necessário. A ação que Deus quer de sua vida é esta: entregar seus planos e sonhos nas mãos dele, para que durante este ano ele mesmo faça novas todas as coisas em sua vida.
Se aquela mãe pensasse apenas em si mesma, com certeza teria ficado com aquele filho até que soldados egípcios o tomassem de suas mãos. Mas ela pensou na vida daquele bebê que tanto amava. Não podemos pensar em nós mesmos, mas sim nos propósitos de Deus para a nossa vida, casamento e família, e para os nossos relacionamentos e para o nosso trabalho, para tudo seja controlado por Deus.
Em Isaías 55.9 lemos “porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos”. Temos confiado mais em nossas estratégias para “segurar o cesto” ou nos planos do Senhor, que são maiores e melhores do os nossos? É característica humana agir como controladores e tentar dirigir tudo pelo próprio entendimento. Mas como filhos de Deus, precisamos confiar na promessa de que os propósitos de dele jamais se frustrarão, Jó 42.2.
A Palavra de Deus para nós é “largue o cesto”. Porém, não com desesperança ou como desistência, mas como uma atitude que demonstra a certeza de que lá embaixo, no final do rio, nossos planos terão o destino preparado pelo Senhor Deus, para nos abençoar e nos fazer prosperar.
Tenha uma ótima e abençoada semana, mas... largue o "cesto".
Falou comigo, por isso compartilho com vocês!
Obrigada Jane zee
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